terça-feira, 20 de março de 2012

Afastando Sombras

Por aqui o ar já gelou. O outono nem começou a derrubar as folhas e me parece que o verão já é uma caixinha guardada na memória. Quer a gente queira ou não, a natureza tende ao equilíbrio sempre. E aí, tentar segurá-la é besteira, é correr atrás do vento. Até o final de nossos dias as estações se sucederão, quer queiramos ou não. A terra precisa das folhas caídas para se alimentar, assim como nós precisamos da sabedoria que transborda dos mais experientes para nos direcionar.
Veja as pessoas alimentando outras e descobrirá como elas se nutrem com isso. O partilhar é essencial para a alma. Ela se expande quando suas idéias encontram solo apropriado. Levei muito tempo para encontrar uma religião, uma forma de me ligar ao mundo e me expandir. Então, estes dias, o pai de santo Eriich A. dos Santos Silva, lá do Centro Espiríta de Umbanda Ogum Mege e Oxum do Mar, que fica na terra sagrada do berço da Umbanda - São Gonçalo- me fala uma verdade irrefutável. Como uma lufada de ar frio de outono que derruba folhas para fortificar as árvores, ele me diz mais ou menos assim: " Embora gostemos muito dos pais ou mães de santo, eles não são a religião. Maria - por exemplo- pode ser uma fantástica mãe de santo e você gostar muito dela, mas ela não é a Umbanda."
Estamos presenciando uma verdadeira guerra espiritual. Ateus não são respeitados em suas idéias. Famílias evangélicas brigando pela soberania de mando, terreiros super inflados, adeptos do candomblé correndo em seus aprendizados e todos se debatendo em vãs filosofias com o intuito de provar quem é o melhor. Há muitos anos atrás ouvi de uma professora de ensino religioso que todos devemos participar de uma egrégora, seja em que religião nos adequarmos mais. Ela entendia que todas as formas de cultuar a Deus necessitavam de uma pessoa que fizesse esta ponte entre o Divino e nosso lado material, pelo simples fato de exercitarmos nossa humildade. Contudo, foi muito assertiva ao me falar que se fossemos nos ater em julgar quem faz este "meio de campo" estaríamos fadados ao fracasso de intenções, pois ninguém é perfeito.
Já ouvi gente dizendo que entrou para a maçonaria porque os 'irmãos' iam ajudá-lo a crescer materialmente na vida. Isto não acontece só na maçonaria,infelizmente. Vejo pais de santo ineptos julgando o tamanho de outros terreiros e quantidade de médiuns para se vangloriar de sua posição e assim cooptar membros para seu próprio engrandecimento vão. Não podemos julgar quem nos conduz ao Divino, mas temos que ficar alertas ao tipo de mensagem que passam nos bastidores.
Tenha sempre em mente o porquê e o pra quê você é um religioso. Uma religião é para que, de uma forma bem resumida, você busque o equilíbrio pessoal. Se suas intenções são diferentes, você estará fadado a frustrações. Ajudando ao próximo você tem amplas condições de enxergar nele como um espelho suas próprias deficiências e assim rumar ao equilíbrio.  Porque se você não buscar seu próprio equilíbrio sua energia - que faz parte da natureza como um todo- o fará e não será da forma mais fácil.Sua religião, sua crença é você, não a sombra que um outro ser projeta em seu caminho. Saravá a todos!
Hoje além da reflexão gostaria de pedir o apoio de todos para um projeto muito bonito e prático que está sendo realizado em prol dos que já chegaram ao outono de suas vidas, veja no link: 

4 comentários:

  1. Opa! uma postagem revolucionária, assim sendo não tenho nenhum adendo, pois concordo com cada palavra acima escrita e assino embaixo. Apenas tiro daí uma conclusão. Se uma mentalidade egoísta, ordinária, é aquela que consegue sentir-se confortável enquanto outros estão sofrendo ao seu redor. Uma mentalidade revolucionária fica inquita, luta e trabalha, pelo bem comum. Isto não é utopia, isto é a vida pra quem conhece o verdadeiro sentido da vida. Somos uma família e é nosso dever, nossa obrigação nos ajudarmos mutuamente, sem esperar nada em troca, na certeza de que a natureza irá se encarregar da paga que cada um de nós faz por merecer. Axé

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  2. Sua religião, sua crença é você, não a sombra que um outro ser projeta em seu caminho. Sempre acreditei nito, a minha religiãoéde fato aminhaligaçaõ com o meu Criador, aforma como escolhi professá-la é aquela me trouxe as respostas mais lógicas, aquele calorzinho gostoso ao coração.Concordo plenamente com o texto, não devo julgar ninguém, principalmenteaquelesque fazem as "pontes" pq se fossem perfeitos não estariam mais neste planoe assim como nós, estão aqui para aprender, a missão é conjunta.

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  3. Não tenho religião, mas tenho fé! Uma coisa que questiono muito são as chamadas Quotes! Dependendo do momento são ferramentas autoritárias para fazer nos calar. Outras podem servir no momento. A ponte tem que ser feita através de nossa fé. Somente ela é a ponte entre nós e não sei dizer o que, mas acredito altamente confortante e benfazejo. Energia e essência!

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  4. Sempre uma ótima reflexão na sua página, Andrea; grata pelo compartilhamento da generosa proposta. Receba o meu abraço.

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