terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Umbanda on Line

Lá nos idos de 1977, quando Elvis Presley morreu e eu ainda não havia completado 10 anos, estava brincando feliz na escola e uma colega me disse que eu era uma insensível, fiquei chocada. Eu , na opinião dela,deveria estar chorando pelo ídolo. De verdade ,nem sabia direito quem era e pessoas morrem sempre, pra que chorar? Três meses depois morria meu avô querido, e, confesso, chorei para não para não parecer má. Amava e ainda amo meu avô,mas fui entender mesmo que havia falecido quando achei algo que queria mostrar e ele não estava lá,neste dia sim chorei muito e então entendi o que era morrer.
Vi algumas postagens de jovenzinhos achando muito chato pessoas que não tinham parentes lá falarem e se sentirem tristes sobre as mortes de Santa Maria. Não os recrimino,pois não têm ainda entendimento do que seja a dor de uma mãe ou de um pai.Entender a dor também necessita de aprendizado.
Um médium umbandista só aprende observando, analisando e nunca julgando. Cada ser humano que anda sobre esta terra está num grau de entendimento e porisso é preciso aprender a caridade, entender que antes de vestir o branco há que se despir de conceitos e pré-conceitos. Um dia aprendi que temos atender com a mesma atenção a menina de 13 anos que teve uma decepção amorosa e a senhora que tem uma doença grave. Hoje entendo que cada um está num grau de entendimento,mas a dor pode ser a mesma.
Em termos espirituais é o que te incomoda o que te faz crescer,não o que te acomoda. Observar o fluxo da vida e ouvir os mais experientes sempre acrescenta, e  saber que, independente de nossa idade, há sempre algo que faz nossa espiritualidade melhorar.
A grande magia da transmutação feita pelas entidades é justamente passar as palavras-chaves na medida do entendimento do consulente. Há uma frase bíblica que diz o seguinte: "Senhor, não sou digno que entres na minha morada, mas diz-me uma palavra e serei salvo". Quantos e quantos não entram em terreiros em busca de uma palavra apenas? Não há fórmulas para as palavras certas, porque ,como disse antes, cada caso é um caso.Contudo é sempre necessário lembrar que a Umbanda é para ser praticada não somente na casa santa. Sabiamente seo Tiriri, numa gira que assisti nos últimos dias, disse que o umbandista deve ir onde a Umbanda chama. Com o advento das redes sociais há inegavelmente um instrumento valoroso em nossas mãos. Quantas vezes aquela palavra que você precisava estava ali, na rede, e acrescentou ao seu dia.
Tomando os devidos cuidados - como com a pólvora no terreiro- podemos torná-la cada vez mais propícia para a propagação da caridade. Nas palavras também se transmite energia e se recebe, então é necessário que se vigie sempre.
Este texto foi feito sob a grande alegria que a jornalista Marcela Marcos me proporcionou que divido aqui com todos, no link abaixo. Ela fez uma grande pesquisa entitulada "SARAVIRTUAR-Umbanda em Rede e Rituais On-line e Off-line" , um TCC para a conceituada Faculdade Casper Líbero. Ao observar e estudar a Umbanda num novo tempo Marcela, você dá condições para que ela cresça não só no entendimento dos que a amam como verdadeira religião brasileira, mas para que leigos entendam também o poder consolador desta energia que nos envolve, numa linguagem simples, mas profunda,reflexiva e respeitosa. Que todas as entidades de Umbanda iluminem sua caminhada!

http://www.casperlibero.edu.br/rep_arquivos/2012/10/04/1349385591.doc.