sábado, 25 de maio de 2013

As 7 Encruzilhadas da Umbanda

Há algum tempo sem escrever, passeava por este blog pensando sobre o que faltava falar. E uma voz,
insistente, me dizia : ora, tudo, né Andréa? Os fatos vão se sucedendo em nossas vidas, vamos crescendo -às vezes diminuindo também- mas tudo está em constante mudança. Em Física Quântica, que pouco entendo- diz-se que tudo que se observa, muda imediatamente. Na esperança de mudanças, vamos fazer uma pipoca, sentar no sofá e observar um pouco como as coisas estão.
Impossível se falar em Umbanda sem citar, vez por outra, o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Está faltando uma flor aqui, então vamos colocá-la. Não sei em que momento, neste nosso caminhar, que os umbandistas resolveram intelectualizar a religião, mas assim tem sido. Em nenhum momento esta entidade falou: façam psicologia, psiquiatria, medicina ou qualquer outro curso superior e vão professar a fé. Muito ao contrário, promulgou a igualdade entre espíritos encarnados e desencarnados, que falaria aos humildes. 
O conhecimento é muito bom, eu mesma amo conhecer, saber. Mas vou te contar um segredo: nada, absolutamente nada, se compara ao prazer de conversar com uma pessoa que traz a sabedoria da vivência. A vida, meu caro leitor, é graduação para que a ela se entrega. Não pense que é fácil a entrega. Podemos nos jogar em suas águas profundas ou usar alguém ou algo de bóia. 
Num destes textos que ando lendo, está lá em letras garrafais (exagero meu ,lógico) religião é um processo de aquisição - e não a posse definitiva da verdade. Quando estreitamos o gargalo da Umbanda com intelectualidades pré-fabricadas, teorias e outras coisas do gênero numa gira, impedimos a espontaneidade dos médiuns e a credibilidade das entidades. Não estou dizendo de forma alguma que nossos saberes venham a conflitar com a Umbanda, só que eles não devem de forma alguma serem expostos dentro de um local que se dispõe a promulgar a fé para os mais humildes. 
Ser médium não é fácil para ninguém e em nenhuma religião. Ser mediador entre a fé e o Divino, não é tarefa fácil, também, para nenhum dirigente de religião. Não basta assumir que nem tudo sai como esperamos. A primeira encruzilhada é a caridade. Caridade em ouvir com o coração o médium, caridade em ouvir com o coração o dirigente, entendendo sempre que são seres humanos falíveis e em aprendizado permanente. 
A segunda encruzilhada que nos deparamos é a da coragem. As pessoas esperam que sejam salvos pela palavra que proferiremos e com as quais direcionarão suas vidas. Nem sempre estaremos prontos. Aliás, quase nunca.Coragem para receber a mensagem certa para aquele ser humano depende da entrega.
A encruzilhada de número três, é a fé. Não nas entidades, mas em nós mesmos. Ter fé em si mesmo é essencial. Porque as pessoas podem ser bem cruéis, na maioria das vezes pelo medo que sentem com relação a si mesmos.
Caminhando um pouco mais, nos deparamos com a quarta encruzilhada que tem uma placa grande e em neon: por que continuar na Umbanda? Cada um tem sua resposta, não adianta colar do vizinho. A resposta certa é que norteará seus próximos passos. A quinta encruzilhada é a da verdade. O mundo espiritual tem suas verdades e elas são irredutíveis. Se você vibrar na cor azul, só receberá de volta elementos azuis. Se você vibrar na cor branca, receberá elementos de todas as cores que o contém e precisará saber lidar com cada um. A sexta encruzilhada é a do respeito, parece fácil,mas não é. Entender porque alguns preferem a vida e outros o lado sombrio, é realmente difícil. As aparências enganam muito nesta fase. E esta vai em especial para meus amigos lá do CEUOM de São Gonçalo-RJ. Às vezes , algo que parece muito bom, como mimar um filhotinho de cão por exemplo, pode trazer consequências terríveis mais tarde- como o choro dele durante a madrugada que não nos deixará dormir. Por outro lado, as grandes tragédias, aquelas que fazem a gente pensar que tudo está perdido, num futuro não tão distante, pode ser visto como o alicerce de toda a nossa força. Não há de fato como se julgar, basta - e não é fácil,repito- respeitar os fatos.
A última encruzilhada, a qual passaremos para trilhar uma estrada sem fim em direção ao Divino, é sem dúvida a do Amor Pleno. Jesus, Buda, Chico Xavier chegaram ao amor pleno, eu creio.
Assim como nós mudamos o mundo ao olhá-lo, como falei lá no começo de nossa conversa, creio muito que mudamos quando o Divino nos olha. Espero que você desperte a atenção das hostes superiores e que a vida lhe sorria. E que, como o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse ao explicar seu nome, não haja caminhos fechados para vocês.