Algumas pessoas se deslumbram com pequenos poderes, pequenas vitórias. Pelo simples fato de gerenciarem em sua comunidade seis ou sete pessoas ,já acham que tem poderes absolutos sobre o mar e sobre a terra. Assim é quando entra um caseiro aqui. Geralmente eles crêem que sabem tudo sobre a terra e a natureza. Os que mais se gabavam de sua condição de amantes do verde foram os que menos se adaptaram por aqui. Foram mordidos por aranhas, ou o nosso cavalo, o Índio, não gostou deles ou aconteceu algo parecido, uma reação da própria natureza contra eles. Na verdade o que falamos aqui é que a terra não os aceitou. E isto de fato ocorre, quem mora próximo a matas sabe como é. Já se você demonstra respeito e humildade com relação à vida que nela contém, é brindado com as mais diversas manifestações.
Como manipulamos energia da natureza em prol do próximo, muitos umbandistas têm esta consciência também. É com os pés no chão que sentimos a terra pulsar em vida e plenitude e é com os pés descalços, ou seja, com humildade e respeito que devemos trilhar por seus caminhos. De salto alto não podemos percorrer um caminho muito longo pela floresta, nem atravessar rios, nem sentir as ondas do mar. Tenho uma coisa sempre em mente, que peço aos meus guias no começo de cada gira: por favor me deixem apta a passar as mensagens de uma forma que eu chegue ao coração das pessoas.Sinceramente eu digo a vocês que por melhor que eu possa passar a mensagem, se o coração do meu próximo não estiver aberto de nada adiantará, como também se minha vontade de realmente ser um instrumento de um plano superior não estiver bem fundamentada.
Tenho seguido todos estes anos os ensinamentos do Pai Fernando Guimarães porque eles se fundamentam justamente em ter os pés no chão. Esta semana ,por exemplo, seu comentário no site foi sobre a necessidade de estudarmos as tribos indígenas de nosso país, em vez de outras religiões, coisa que médiuns do terreiro têm feito. Entender as tribos que habitavam nosso país é também prestar homenagem aos caboclos de Umbanda, que através de seus médiuns curam, consolam e consolidam a fé no Criador.
O principal motivo que me fez criar este blog é a esperança de criar mais e mais laços entre pessoas que buscam o bem comum, porque sei que sozinha nada posso. Hoje trago minha indignação e tristeza com que vi a foto que postei do Cacique Raoni chorando ao saber que a Usina Belo Monte realmente será implantada. Foi decretada a sentença de morte dos povos do Xingu.Naquela região há cerca de oito grupos étnicos. Os que mais têm se movimentado são os kayapó. Mas basicamente todos os povos que estão na calha principal do rio Xingu serão, de alguma forma, impactados. Além dos kayapó, há os arara, arareute, apidereula, juruna e maracanã.
Seiscentas mil pessoas assinaram um protesto contra tal barbárie. Muitos que eu conheço foram agredidos por serem contra e tiveram ameaçadas suas vidas, como a minha amiga Telma Monteiro. O choro de um índio é o som de uma árvore caindo e suas lágrimas um rio numa enxurrada. Tenho pena de nós brasileiros quando não escutamos estes sons da natureza. Tenho pena de umbandistas que não colocam os pés no chão. Yansã chora com o índio...
Para ler o comentário do Pai Fernando
Belo texto, e triste. Infelizmente parece que vamos ter que "engolir" Belo Monte. É revoltante ver a natureza e um povo desrespeitados de maneira sórdida e oportunista. Mas, este é o Brasil de hoje - os corruptos mandam e os abestados não protestam.
ResponderExcluirA comunhão do ser humano com a natureza é o seu ponto de encontro com Deus, com as energias do universo, onde ele renova sua energia própria, recarrega-se e se doa...
ResponderExcluirOs índios têm sua sabedoria própria, seu conhecimento da natureza e de sua força... e a umbanda também.
E que Deus tenha piedade da imprudência humana...
Um beijo enorme, Andrea. Adoro seus textos e, principalmente, você, minha amiga!
Parabéns, Andréa, pela forma de abordar o assunto!
ResponderExcluirLembrei da famosa carta do cacique de Seatle, da qual copio o seguinte fragmento: "O homem não tece a teia da vida: É antes um dos seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio. " A carta pode ser lida em http://www.culturabrasil.pro.br/cartaindio.htm
Beijos!
Nossa... lindo. Parabéns! É emocionante. E infelizmente sabemos que tudo isso é apenas para interesses financeiros e capitalistas que ignoram o nosso meio-ambiente, o mundo em que vivemos. Enfim... só nos resta tentar fazer uma grande ação e votar o ano que vem em prefeitos e vereadores, que posteriormente serão os apoiadores dos deputados, para que sejam pessoas honestas, não corruptíveis e que vejam a importância da nossa natureza. bj
ResponderExcluirbom dia querida, Tolere as falhas cometidas por aqueles que supostamente sabiam o que fazer, dado ser isso mesmo que prometeram você deve arregaçar as mangas e colocar em ação o que até aqui foi mera teoria. A Natureza necessita de carinho de amor e paz, mais ela é tratada com toda sua força, dando a entender que ela é apenas alguns galhos e algumas folhas, e todos esquecem é ela que rege todo o sentido da vida.
ResponderExcluirParabéns minha amiga e irmã. Esteja certa que seu guias lhe atendem, pois, tanto na Gira como aqui no blog, suas mensagens tocam não só o coração, mas nossas almas. Axé!
ResponderExcluirQualquer um de nós pode ter poder absoluto em determinado pedaço terra. Isso não significa que somos alguma coisa em outro ambiente.
ResponderExcluirUm Cacique é rei em sua tribo. Em outra não passa de um desconhecido.Fora que tem gente que é sardinha fazendo se passar por tubarão.
O que mais me intristeceu ao ver a foto do cacique Raoni não foram suas lágrimas, mas sim ver ele de calças compridas igualzinho ao homem branco.
Raoni não foi o primeiro a chorar e nem será o último. É uma pena ver parte de nossa natureza sendo devastada. Mas fazer o quê, somos consumidores. Quando usamos aparelhos de barbear, secadores de cabelo, geladeiras, computadores, lampadas incandecentes, fluorecentes, Carros elétricos. Quando Utilizamos Postos com bombas elétricas, Bancos e Padarias. Quando vamos os Shoppings, Teatros, cinemas, Shows e etc ... O Rock In Rio por exemplo, deve consumir energia de uma cidade inteira em uma noite de show.
Na pratica teríamos que escolher entre Usinas nucleares ou Belo monte. O destino de todas essas tribos foi determinada por todos nós consumidores.
E garanto a você. ninguém abrirá mão de sua comodidade por dó de um cacique que chora.
A missão de uma pessoa iluminada é orientar, mostrar o caminho. A sorte de quem houve é seguir sem questionar.
Parabéns pelo texto
MarquesK
Só o Rock Alivia
Tenho acompanhado esse caso da hidroelétrica no Xingu. Realmente lamentável o que o homem faz por ganância. pessoas e animais que ficaram sem suas casas para que se possa absorver mais e mais a natureza extraindo o que ela pode e até o que não pode dar. Os conceitos estão invertidos, as pessoas não se preocupam com consequências, com o equilíbrio da vida, das energias, com o invisível, com nada...
ResponderExcluirNesse momento todos nós - médiuns, trabalhadores, cidadãos, humanos, espíritos - também choramos.
Seu texto é um alerta para todos nós que permitimos, de uma maneira ou de outra, o desrespeito pela "VIDA".
ResponderExcluirA falta de respeito com os nossos irmãos indígenas está matando um pouco da História e perdendo pedaços da nossa essência.
Há muito fazemos com que Eles percam sua essência, sua personalidade, sua cultura, sua história, sua simplicidade de viver, e, os forçamos a adquirir nossos hábitos, nossas doenças, mostrando a eles nossa total ignorância em relação ao meio-ambiente, a natureza em que vivemos e que mantém o nosso mundo em harmonia.
A cobiça pelo poder, a oportunidade de algumas cifras a mais (na conta dos poderosos), o conforto e a facilidade que a energia e a tecnologia nos proporcionam,nos fazem esquecer do estrago que a nossa “qualidade de vida” provoca na natureza e nos nossos irmãos indios.
Entendo que a transformação e as catástrofes que o ser humano tem presenciado na natureza, sejam de nossa responsabilidade. É a maneira de a natureza responder as nossas agressões.
Acredito que o choro do Cacique Raoni, seja pelo sentimento de impotência diante da ganância e da falta de respeito que o “homem branco” possui pela vida de seus semelhantes e pelo meio-ambiente. É o choro de quem se vê derrotado, privado de sua liderança em seu habitat (onde reina em harmonia com os seus), impossibilitado de reagir diante dos poderosos do conforto e da cobiça, ignorantes o suficiente para derrotar a natureza e destruir o equilíbrio das várias espécies de vida em nosso Planeta.
Aos Umbandistas existe o desafio da fraternidade para se unirem em um grande circulo de amor pedindo a Oxalá e aos Orixás por todos os nossos irmãos, em especial para que os nossos políticos venham a ser homens comprometidos com o amor e a caridade.
A imagem é tão triste que sobra pouco o que comentar.Infelizmente vivemos um período de consumismo extremo e cada vez deixamos mais e mais de lado o que quer que atrapalhe esta ganância sem fim. Todos temos nossa parcela de culpa nesta história e fatlmente receberemos a conta, precisamos agir com urgência para tentar mudar tudo isto antes que seja muito tarde. Um pequeno gesto, uma pequena açõ, uma plavra que seja se somada a milhares de outras farão grande diferença, precisamos sair do marasmo do comidos e agir. Somos 100¢ responsáveis por tudo que nos acontece e também pelo que fazemos ao planeta.
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