Num destes dias normais por aqui eu, ao entrar em casa,vi umas pegadas diferentes. De cara já fui pedir satisfação para meu marido: entrou algum cavalo aqui? Cavalo não, mas tem um pônei aí fora. Não demorou muito para eu ver meu cachorro correndo atrás do pônei e depois o pônei correndo atrás do cão. No dia seguinte, chegamos a conclusão que aquele ser pertencia a um vizinho, que se mudou de São Paulo para cá e ainda não se adaptou à vida do mato.
Dito e feito. Algumas horas depois ele ligou perguntando se tínhamos visto o tal fujão, que não tinha uma orelha.Toca o lindinho me chamar para ver se eu sabia se não tinha a tal da orelha mesmo. Como eu não havia reparado e esperto que é para confirmar se era o mesmo fez duas perguntas importantes : é preto? é baixinho? O fato é que nem precisava fazer tais perguntas. Gente do mato não tem pônei. Por razões bem práticas: cavalos são mais dóceis e o coice de um pônei é muito violento. Eles são estressados, talvez pela baixa "altitude' e uma falta de visão mais ampla.
Nós todos temos algumas reações mecânicas e pensamentos condicionados também. Creio que as vezes a nossa baixa "altitude" com relação à natureza humana faça que com isto fique evidente. Vou contar outra história. Uma pessoa que conheço foi assaltada e quando recebeu a voz de assalto logo ergueu os braços. O bandido ,indignado , falou: aonde você pensa que está? No cinema? Baixa estas mãos aí...A pessoa está bem, só com a moral um pouco abalada....
Traçamos o que seria um mundo perfeito pelos referenciais que temos à disposição na mídia de uma forma geral. Invariavelmente acabamos nos deparando com verdades: os pôneis não são legais e a vida não é um filme. Mas tudo bem. O importante é reconhecer que às vezes passamos do limite com relação à nossa própria vida, nos tornando auto-obsessores.Olhamos muito para dentro em busca de elementos comuns a todos os outros seres humanos estampados na mídia e geralmente nos frustramos.
Como na vida, quando nos entregamos à Umbanda temos que dar um passo de cada vez. O conhecimento que acumulamos lá, deve estar em uso contínuo, para consolar e curar os outros e a nós mesmos. Penso hoje que,tanto as glórias e grandes conquistas na religião ,como os momentos ruins, deixam lições e são elas só que devem predominar e não os sentimentos a elas agregados como o orgulho ou a decepção.
É muito comum médiuns novos buscarem respostas para sua própria existência nesta terra. Alguns tem visões sobre vidas passadas, às vezes sem querer, e valorizam demais isto. Como é possível você fazer juízo de um livro todo lendo só uma linha? Não é certo e gera sofrimento. Então uma só pergunta, quando você tem este tipo de visão ou sonhos estranhos, pode debelar muito sofrimento: como posso ajudar alguém, ou a mim mesmo, com uma informação destas? Se não houver resposta ou se a resposta for negativa , esqueça.
Ser médium não é fácil. Eu tenho minha receita pessoal: quando a coisa está difícil procure algo para rir. Sempre posto coisas engraçadas, mais do que textos espiritualizados. Exatamente porque o riso é algo universal, apartidário. Afinal, às vezes, o cão chupando manga não é tão feio como imaginamos.
Amei! Tb sou filha de Yansã (não coroada ainda). Caiu como uma luva! Para quem tem sensibilidade entenderá cada palavrinha! Sou sua fã e cada vez mais! Beijos e que Oxalá te ilumie sempre.
ResponderExcluirSobre a religião sei pouco. Mas adoro o jeito como escreve! Seu estilo é delicioso, sempre. Sem falar no bom humor e bom senso! um beijo!
ResponderExcluirEste é mesmo um livro que requer uma leitura cuidadosa e completa para depois chegar a alguma conclusão que já sei que não vai ser perfeita... Por isso mesmo difícil de dar respostas a outras vidas...Seu texto esta ótimo, como sempre, querida Xará!!
ResponderExcluirOi Andrea, faz um tempinho que nao passo aqui, tem acontecido algumas coisas difíceis em minha vida e as vezes perco ate a vontade de ficar lendo, buscando respostas, as vezes sinto apenas vontade de deixar a vida passar. Hoje quando vi seu convite resolvi vir correndo aqui, me lembrei que sempre aprendo algo com seus textos, e hoje nao foi diferente. "os pôneis nao Sao (todos) legais"; e "a vida nao e um filme ou novela" com roteiro pre-determinado para tudo dar certo no final. O mundo é hostil. Obrigado pelo convite e por mais uma lição.
ResponderExcluirÉ, rir ainda é o melhor remédio.
ResponderExcluirO texto está impecável e instigante, como sempre. :)
Parabéns! Beijo!
sabe Andréa sempre q falo sobre seu blog,enfatizo essa facilidade que voce tem em mostrar que Umabanda é vida.Ler seu blog virou vício p mim e todas as pessoas que eu comento.A transparência misturada com cotidiano,rotinas,fé,sonhos...Ah minha fada amiga nossos destinos foram traçados na maternidade.Qt ao texto em questão,mt show! não precisamos criar nossos próprios "demônios"...mistério sempre há de pintar por aí...Um bjim,seus textos são flores p meu olhos!
ResponderExcluirauto-obsessão é mais feia então, como a manga chupando o cão! huahuahua
ResponderExcluir"Eu tenho minha receita pessoal: quando a coisa está difícil procure algo para rir." Adorei esta frase, é a minha cara, eu valorizo demaos o bom humor, o riso fácil a espontaniedade, a simplicidade. A vida é cheia de pegadingas, situações chatas, criadas por nós mesmos, pelos nossos pensamentos limitadores, medos, dramas, etc.,entãonada melhor do que uma boa gargalhada par tirar o peso de qualquer situação. Acho que quado se perde a capacidade de encontrar humor nas pessoas ou em seus atos, perdemos o brilho e mais do que tudo perdemos a fé e eu com certeza jamais quero dexiar de ser uma pessoa de fé e de preferência com muito glamour, rsrsrsrsr. Amo seus textos irmãzinha e adoei o comentário do Léo sobre auto-obsessão, perfeito.Bjkas!!!!
ResponderExcluirJá faz um tempinho que não passo por aqui e hoje, como sempre, me sinto presenteada e abençoada pela simplicidade de suas palavras, pela clareza com que escreve e principalmente pela mensagem tão aplicável em meu dia a dia. Vou ali agora, resgatar meu "auto-exorcista".
ResponderExcluirUm beijo e muito obrigada!
Gleide Pereira
@pereiragleide
Rsrsrsrs... adorei e ri tanto com a cena do pônei qt da sua amiga!
ResponderExcluirE como meu inferno astral não tem sido fácil justamente por eu ter sido bombardeada de experiências espirtuais, incluindo confirmações de outras vidas (olha a sintonia), o que fiz foi justamente rir... até coisas que estavam me irritando passaram a me causar crise de riso!
E adoro rir com vc! Beijos.
Acreditamos sempre estar rodeados de espiritos que querem nosso mal e acabamos atribuindo tudo de negativo que nos acontece a esses irmãos! Eu as vezes me pego tendo esse tipo de atitude, e logo penso, repenso, pra não entrar numa auto-obsessão que acabará virando um vicio. Temos mesmo é que orar e vigiar e acredita que tudo qto acontece tem sua razão de ser e rir concerteza é o melhor remédio, mesmo as vezes, a gente tendo poucos motivos para sorrir. Axé!
ResponderExcluirNossa!!!!Esse texto chegou uma semana depois que fui batizada na nossa "querida Umbanda" e me ajuda com uma lição de persistência, reflexão, postura e na prática da nossa religião e ainda para que q eu aprenda a "olhar as coisas e acontecimentos" com um pouco de humor.
ResponderExcluirOlá amiga!!! Muito boa essa reflexão. Quantas vezes julgamos parcialmente, achamos que temos o controle de tudo... doce ilusão. Tô aqui me lembrando de quantas vivências maravilhosas, enriquecedoras e tb difíceis já tive na Umbanda.
ResponderExcluirSalve!!!!
grande bjo