sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Justiça e Magia

Fé, caridade e amor ao próximo. Mistérios e descobertas. Deslumbramento. Felicidade na luta pelo bem, pela saúde, pela alegria, pela dedicação. É de fato tudo muito bonito dentro da Umbanda. A religião sem dogmas, a religião da liberdade, a religião dos guerreiros de Oxalá. Descobrir entidades, Orixás regentes, manipulação de energia é muito estimulante, mas você já chegou a pensar o que há além disto?
Afinal, quem somos nós? Na individualidade, sob o teto que nos abriga quando não exercemos nossa função religiosa. Aponte um médium de qualquer religião que não atravesse algumas vezes corredores escuros em sua vida pessoal  e eu lhe direi que este ainda não é um médium em pleno desenvolvimento. 
Desenvolvimento espiritual é longo e árduo, além de solitário. Não há ninguém, nem neste, nem de outro mundo que possa usar os seus pés para caminhar.
Não estou dizendo que não temos ajuda, mas é impossível saber o que é uma xícara de café, oferecendo-a somente para seu vizinho provar. Um dia Mestre Cipriano me falou que o caminho não é fácil, mas que ficar olhando os buracos em que tropeçamos não auxilia em nada nosso processo de desenvolvimento, e que ,com frequência, nesta caminhada, é comum nos confundirmos com coisas que parecem boas e com as que parecem más.
A vida de uma forma geral não é fácil e eu digo que a Umbanda não é o lugar mais correto para fugirmos da realidade.A Umbanda nos dá subsídios para transformarmos a realidade que enfrentamos em fontes de sabedoria para o engrandecimento de nosso espírito. Contudo ,em momento algum, as experiências que vivenciamos devem ser vistas com resignação. É a nossa reação aos revezes o elemento transformador essencial à nossa evolução.
Dia 21 de Dezembro é o fim do mundo. Lembro do meu filho mais velho falando há mais de dez anos atrás que achava injusto, pois cairia um dia antes de seu aniversário. Hoje eu entendo que o fim do mundo acontece várias e várias vezes nesta mesma vida. O que fomos há dez anos atrás será bem diferente se sobrevivermos a mais dez anos. Muitas e muitas vidas vivemos numa só.
Na Umbanda não há sacrifícios. É uma meia verdade. Há o nosso próprio sacrifício. Já me perguntei várias vezes sobre o porquê disto, de caminharmos às vezes como cordeiros assustados. Como o Divino deixaria coisas ruins ocorrerem a quem pratica o bem? Ah ,meus caros, uma pergunta bem "perguntada" jamais fica sem resposta pelo Universo. Em um dos meus textos falei que a representação dos grandes iluminados é sempre feita pela imagem do leão. E numa destas minhas distrações ouvi no um filme "Lutem e lutem novamente, até que cordeiros se tornem leões" (Robin Hood) 
Se as coisas não estiverem fáceis para você, tente lembrar que faz parte da sua transformação pessoal e nunca, em momento algum, desista de lutar. Há um leão dentro de cada um de nós, e aí reside a Justiça e a Grande Magia Divina. Saravá Xangô!

2 comentários:

  1. Parabéns pelo texto, muito elucidativo e de otimo entendimento, muitos "usam" a umbanda como um instrumento de soluções para os problemas e acham que tem que ter tudo rapidamente, vejo antes de mais nada uma religião para sentir,aprender e vivenciar.
    .De acordo com o merecimento e a persistência de cada um com aquilo que a umbanda nos oferece, tenho certeza que teremos uma resposta para nossos sofrimentos.
    .Axé a todos e que Oxalá nos ilumine.

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  2. A Umbanda não resolve nossos problemas, mas nos faz enxergar qual a melhor maneira de resolvê-los.

    Parabéns pelo ótimo texto!!!

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