A vida é simples. Por associação e reflexão, descobri isso de tanto escutar painho falando que Umbanda é simples. Daí, estes dias li outra verdade brilhante, de outro pai de santo: “O que nos dá proteção são nossas atitudes. E nada além disso. Tudo bem, você pode ter seus protetores espirituais, como acredito que tenha, mas será sua conduta que lhe fará merecedor ou não da ação deles.”
Ele se chama Ricardo Barreira e é um inovador também. Não sei se foi pelo fato dele falar que “seus pensamentos estavam pulsando no ritmo dos tambores, mais precisamente o no ritmo do barravento**” que me chamou a atenção. Então me permitam ir desenhando minhas letras no mesmo tom...
Falo sempre do potencial da natureza e de nossa urgência em preservá-la pois fazemos parte dela. Os Orixás , energias que fazem parte do Divino que é Uno, estão em nós. Um outro pai de santo do candomblé, o Rafael, que há anos freqüenta o nosso terreiro para tomar passes, me explicava na última segunda: quando os adeptos da religião dele exteriorizam no terreiro o Orixá (ou seja a energia Divina) é o que está dentro deles, não como na Umbanda que recebemos influência nas giras de entidades externas. Nós umbandistas e os adeptos do candomblé temos um grande respeito por nossos Orixás.
A maioria das pessoas ao saberem seu Orixá, por empolgação e desconhecimento, se limitam aos aspectos negativos que os filhos daquela energia têm. E corroboram para que eles sejam intensificados e se auto-mistificam negativamente . Ser filho de algum Orixá não é para botar medo nos outros e justificar seus defeitos, é para o seu próprio crescimento espiritual, correção e auto conhecimento. Aprendi com painho e sua coerência me encanta mesmo. Nem todas as características são iguais às citadas em estudos, então também não temos que nos adaptar a elas. Temos que ser quem somos e nos aprofundar na fé, na humildade e na caridade.
Não acredito em inteligência sem evolução. A mediunidade existe em todas as religiões e até fora delas. Cansei de dizer que existem ateus com uma espiritualidade e um discernimento de caridade muito mais elevados do que muitos religiosos. Reflito incessantemente sobre meus atos, pois tenho sido agraciada com muito conhecimento. E conhecimento é como comida, aquela elaborada com simplicidade e bom tempero, mas que deve ser partilhada antes que se estrague com o tempo. Aqui cito novamente o Ricardo: “Quando eu tinha menos conhecimento sobre as coisas da matéria e do espírito, era muito bem definido o que era uma coisa e o que era outra em minha cabeça. E o fato de que era bem definido não quer dizer que a definição estava correta.”
Ser médium , ou seja um intermediário entre o lado de lá e o de cá, não te torna um super homem ,me desculpe a franqueza. Demorei a aprender isto. Não pensem que é fácil! De repente acontecem coisas maravilhosas na gira, através de sua humilde pessoa e a empolgação faz com que você se sinta o máximo. E vire um monstro. Não é por aí.
Gostaria aqui de citar uma conversa entre seo Capa Preta (entidade que recebo) a Dona Maria Molambo (na minha amiga Mariana) e um consulente. Seo Capa escuta dele que como médium não consegue incorporar porque não fica inconsciente. Seo Capa chama a Molambo e pergunta: quantas médiuns suas são inconscientes? Ela rapidamente responde: nenhuma! – para um pouco e volta-se para o consulente e fala: O grande problema são os seres humanos, estes estão cada vez mais inconscientes!- e eu, consciente que estava, mais uma vez fui agraciada com tão bela reflexão.
Vamos ser mais conscientes com relação à natureza, ao próximo e a nós mesmos. Vamos dirigir amor e respeito a cada ser vivo e a nós mesmos. Tudo fica mais fácil com o tempero da humildade. Nada está separado, porque se tratarmos as coisas em separado incorreremos em erro. Tenho um grande exemplo. Em 1933 surgiu a primeira lei exemplar de proteção aos animais. Perfeita. Quem fez a lei se colocou contra disponibilizar os animais para que lhe retirassem ainda vivos o coração, esmagassem o crânio ou cortassem as genitálias, somente “para observar como os órgãos trabalham e quais conseqüências acontecem após a perda dos mesmos.” Bonita iniciativa não? Foi criada por Hitler.Termino ao som do barravento....
* Fames Magistra- termo em latim que siginifica: A necessidade é mestra
** barravento é o toque dos atabaques para Yansã. Muito lindo por sinal...
A foto é da brilhante amiga e parceira Nely Rosa.
Ele se chama Ricardo Barreira e é um inovador também. Não sei se foi pelo fato dele falar que “seus pensamentos estavam pulsando no ritmo dos tambores, mais precisamente o no ritmo do barravento**” que me chamou a atenção. Então me permitam ir desenhando minhas letras no mesmo tom...
Falo sempre do potencial da natureza e de nossa urgência em preservá-la pois fazemos parte dela. Os Orixás , energias que fazem parte do Divino que é Uno, estão em nós. Um outro pai de santo do candomblé, o Rafael, que há anos freqüenta o nosso terreiro para tomar passes, me explicava na última segunda: quando os adeptos da religião dele exteriorizam no terreiro o Orixá (ou seja a energia Divina) é o que está dentro deles, não como na Umbanda que recebemos influência nas giras de entidades externas. Nós umbandistas e os adeptos do candomblé temos um grande respeito por nossos Orixás.
A maioria das pessoas ao saberem seu Orixá, por empolgação e desconhecimento, se limitam aos aspectos negativos que os filhos daquela energia têm. E corroboram para que eles sejam intensificados e se auto-mistificam negativamente . Ser filho de algum Orixá não é para botar medo nos outros e justificar seus defeitos, é para o seu próprio crescimento espiritual, correção e auto conhecimento. Aprendi com painho e sua coerência me encanta mesmo. Nem todas as características são iguais às citadas em estudos, então também não temos que nos adaptar a elas. Temos que ser quem somos e nos aprofundar na fé, na humildade e na caridade.
Não acredito em inteligência sem evolução. A mediunidade existe em todas as religiões e até fora delas. Cansei de dizer que existem ateus com uma espiritualidade e um discernimento de caridade muito mais elevados do que muitos religiosos. Reflito incessantemente sobre meus atos, pois tenho sido agraciada com muito conhecimento. E conhecimento é como comida, aquela elaborada com simplicidade e bom tempero, mas que deve ser partilhada antes que se estrague com o tempo. Aqui cito novamente o Ricardo: “Quando eu tinha menos conhecimento sobre as coisas da matéria e do espírito, era muito bem definido o que era uma coisa e o que era outra em minha cabeça. E o fato de que era bem definido não quer dizer que a definição estava correta.”
Ser médium , ou seja um intermediário entre o lado de lá e o de cá, não te torna um super homem ,me desculpe a franqueza. Demorei a aprender isto. Não pensem que é fácil! De repente acontecem coisas maravilhosas na gira, através de sua humilde pessoa e a empolgação faz com que você se sinta o máximo. E vire um monstro. Não é por aí.
Gostaria aqui de citar uma conversa entre seo Capa Preta (entidade que recebo) a Dona Maria Molambo (na minha amiga Mariana) e um consulente. Seo Capa escuta dele que como médium não consegue incorporar porque não fica inconsciente. Seo Capa chama a Molambo e pergunta: quantas médiuns suas são inconscientes? Ela rapidamente responde: nenhuma! – para um pouco e volta-se para o consulente e fala: O grande problema são os seres humanos, estes estão cada vez mais inconscientes!- e eu, consciente que estava, mais uma vez fui agraciada com tão bela reflexão.
Vamos ser mais conscientes com relação à natureza, ao próximo e a nós mesmos. Vamos dirigir amor e respeito a cada ser vivo e a nós mesmos. Tudo fica mais fácil com o tempero da humildade. Nada está separado, porque se tratarmos as coisas em separado incorreremos em erro. Tenho um grande exemplo. Em 1933 surgiu a primeira lei exemplar de proteção aos animais. Perfeita. Quem fez a lei se colocou contra disponibilizar os animais para que lhe retirassem ainda vivos o coração, esmagassem o crânio ou cortassem as genitálias, somente “para observar como os órgãos trabalham e quais conseqüências acontecem após a perda dos mesmos.” Bonita iniciativa não? Foi criada por Hitler.Termino ao som do barravento....
* Fames Magistra- termo em latim que siginifica: A necessidade é mestra
** barravento é o toque dos atabaques para Yansã. Muito lindo por sinal...
A foto é da brilhante amiga e parceira Nely Rosa.
Leia o texto completo do Ricardo Barreira, que colocou um nome bem sugestivo:
Sobre o protetor de animais citado no texto:
Você conseguiu colocar em palavras algo que sempre pensei - não sobre Orixás, especificamente, porque estou conhecendo um pouco deste mundinho com você agora. Sempre achei que sempre que alguém descobre seu signo ou algo que o valha, a pessoa exacerba as características negativas porque tem justificativa. Podiam tentar ressaltar as positivas. Eu acho.
ResponderExcluirMais um belo post. Adoro esse canto do mundão virtual.
Dia desses uma amiga muito querida (perdoe a redundância) me disse que não acha ruim dizer que me ama todas as vezes que nos falamos porque, segundo ela, além de me amar de fato, sempre vê a necessidade de eu saber, de reafirmar. E, acrescenta, "é legal dizer". Coloco as palavras dela em outro contexto: este, do seu blog. Dessa maneira, posso justificar que quando repito aqui que adoro este espaço e seus textos, eu gosto de reafirmar. Concordo com o que diz a respeito das características dos Orixás. Isso acontece frequentemente com signos do zodíaco, tanto para ressaltar qualidades (que nem sempre a pessoa tem, de fato) como justificar defeitos (que muitas vezes nem tem, também). Gostei muito, mesmo, da reflexão sobre a (in)consciência humana. É uma tremenda ironia, porque à medida em que a tecnologia avança parece que o homem regride. São as coisas que o ultrapassam... as coisas, mesmo. As coisas evoluem e vão deixando o homem para trás. Mas a Natureza, ah, a Natureza que tem o poder de fazer o processo inverso... é ignorada. Uma pena! Conforto é saber que pessoas como você, professoras da vida (porque professam o que nela habita), conseguem reunir palavras sábias (com indicações e fotos lindíssimas) de modo a se lançar no desafio de mudar o homem. Obrigada por este privilégio que é estar aqui. Não-obrigada a dizê-lo, venho aqui reafirmar.
ResponderExcluir“E conhecimento é como comida, aquela elaborada com simplicidade e bom tempero, mas que deve ser partilhada antes que se estrague com o tempo.”
ResponderExcluirNum mundo em que há uma crescente polarização, diferenciação e criação de estigmas consequentes do irreversível domínio “mercantilizado” da ciência e da tecnologia, compreender o conhecimento mediante a vertente explicitada é altamente reflexivo e pertinente. Durante muito tempo, a construção do conhecimento foi limitado, restrito pois exaltava poucos e alienava muitos. Tal condição ainda é evidente em muitas circunstâncias, mas altera-se a marcha lenta e devidamente estratégica para a manutenção da estrutura de poder que explora de maneira desenfreada.
Além disso, a retomada de uma postura reflexiva e crítica daquilo que nos circunda em detrimento do discurso da objetividade impregnado de “ranços” positivistas, traz novas perspectivas e nuances para o “viver em sociedade”.
Ter “atitude” exige ações abstratas e práticas...
O processo evolutivo requer condutas subjetivas que busquem a observação, o questionamento, mas também preconiza a necessidade de ações concretas capazes de transformar a realidade de forma consciente.
E, de fato, não é uma tarefa fácil. É um aprendizado contínuo - às vezes lento porque mudanças nem sempre são revolucionárias, bruscas - repleto de erros e acertos, encontros e desencontros, mas de uma riqueza infinita com a “permuta” incessante que a vida nos propõe, com lei da “oferta e demanda” dos afetos, com os estados de “in-consciência” dos indivíduos cada vez mais irracionais ... E estar na condição espiritual como “intermediária” no contexto pós-contemporâneo é uma tarefa árdua, minha cara amiga. É necessário mais do que sensibilidade e percepção, precisa-se de altruísmo e intervenção.
Como diria João Guimarães Rosa: “As coisas mudam no devagar depressa dos tempos”
E que assim seja.
"Vamos dirigir amor e respeito a cada ser vivo e a nós mesmos. Tudo fica mais fácil com o tempero da humildade."
ResponderExcluirHoje minha irmã me enviou um texto, que postei no meu blog, e ele me fez pensar exatamente sobre isto. Aprender a enxergar a vida com mais respeito, carinho, paciência, amor e resignação e desta forma ser cpaz de enxergar o nosso próximo e a nós com este mesmo olhar. Humildade é uma palavra tão simples mas de um significado tão gigantesco que podemos falar sobre elas por horas a fio sem esgotar o assunto.
Amiga querida mais uma vez você nos brinda com um texto lindo, doce, sábio e cheio de amor. Beijos iluminados para aumentar ainda mais a sua grande luz.
Olá, Filha de Yansã!
ResponderExcluirDesconfio que ainda vou aprender muito com você...
Parabéns!
Telma
Minha mocinhaaaaaaaaaaa!!!!
ResponderExcluirQue PRAZER...que presente ....conhecer pessoas INTEIRAS como voce!!!
Vou me empenhar na lição de casa ... ;)
OBRIGADÍSSIMA ...meu espírito agradece...juntamente com meu corpinho!!!! UH! \O/
BJOKA NA BOCHECHA ESQUERDA.....muuuuaaaaaa!
A consciência, descontaminada do ego, é nosso verdeiro 'eu'. É através dela que vemos, ouvimos, sentimos a voz de Deus. Quem ouve sua consciência jamais é abandonado por Oxalá. Axé amiga!
ResponderExcluirAcabo de descobrir porque nos conhecemos, e você vai achar graça na coincideência. Minha sogra tem um protetor que nos abraça, e ele enviou um cachorro para cuidar da gente (infelizmente ele se foi). Era uma vira-lata parecido com um rottweiler, cujo nome era Capa Preta.
ResponderExcluirSeo Capa nos cuida desde sempre, e pelo jeito nos mostra sempre novos caminhos.
Fico feliz de te conhecer.
E quanto à humildade do mediuns, muito me faz pensar que só somos um telefone que nos liga a dois estados diferentes de frequência. Mas nad somos que meros transmissores, não é? Só que as pessoas nos julgam da forma como agiriam se tivessem o mesmo dom, mas acredito que só tem dom mesmo quem está preparado, e por isso muitos não se conectam nessa rede.
Beijo
Danni