Garrotilho. Pra quem, como eu antigamente, não sabe o que é, explico: tosse de cavalo. E como descobri? O lindinho, um dia que eu estava com tosse me falou: Nossa! Tá com garrotilho feio! Quando soube o que era quase o fiz não acreditar mais que ferradura dava sorte... Aqui no mato é assim mesmo: cheio de termos que eu na cidade nunca ouvi. Outra coisa que me admira são os adolescentes daqui. Adoram saber que você pode emprestar seu cavalo pra eles participarem de torneios de laçada, onde além de se divertirem podem ganhar uma graninha.
Nunca vi um destes meninos com as calças caindo. Nem tão pouco com tênis de marca ou como aqueles que parecem pranchas sem amarrar os cordões. Nunca vi um menino daqui resfriado e a única pessoa, aqui da região, que ano passado pegou gripe suína fui eu. E sei exatamente onde foi que peguei: numa biblioteca onde fui pesquisar...
A modernidade nos deixou fracos. Em vários sentidos. Desde o físico ao espiritual. Nestes dias várias idéias me “assombraram”.
Será que conseguimos saber quem somos neste mundaréu de opções na cidade? Será que serei feliz acreditando que alguém morreu por mim e por isto estou salva de meus pecados? Que só serei iluminada se tiver bens materiais? Só é pobre quem quer e não sabe escolher sua religião? Deus não olha por mim se eu não der o dízimo? Ou ,colocando em termos da minha religião, não a que pratico que fique bem claro, só fica com aquele cara ou aquela mulher se fizer amarração ,ou pior , tem macumba feita contra você e vai sair caro pra tirar...
Nós definitivamente somos nossos maiores obsessores, como certa vez falou Pai Bitty.
É tudo mais simples do que pensamos e mais claro do que enxergamos. A religião é inerente ao ser humano, já vem no pacote. A fé como falei em outro texto, simplesmente existe. E quando você tem fé ela é. Não tem como explicar.Não tem como ensinar.
Tenho amigos evangélicos maravilhosos, judeus sábios, umbandistas caridosos, católicos, muçulmanos e adeptos do candomblé inteligentíssimos, com os quais converso muito sobre religião, mas a sua essência, que é a mesma gente.Tenho até um amigo ateu que escreve textos sempre em nome de sua Igreja Ateísta. Já falei que esta igreja está seriamente comprometida , pois boto a maior fé nele. Hoje ele me explicou uma coisa bem interessante que falou: A religião é a grande terceirizadora de consciências. Porque simplesmente projeta tua consciência de esperança para o objeto de crença. Isto foi nobre.A esperança tem que estar em você.
Amando a si mesmo, você amará ao próximo e a Deus com todo seu entendimento, disse o Cristo. E é só isso a religião. Deus não te dá carros, não prende namorados, não demanda por você contra as hipocrisias do mundo.
A verdadeira fé te eleva. Os índios tem seus rituais até hoje, reverenciam Deus em tudo.Porque realmente ele está em tudo. Nunca soube de um índio brigando com outro porque não concorda com seu ritual, ou dizendo que o dele é melhor.
Temos que sentir mais. Nos aproximar mais do que perdemos ao entrar em shoppings. Parar com a arrogância de pensar que na segurança de um apartamento estamos livres. O homem é o único animal racional, em sua própria opinião. Então nos voltemos pra razão da natureza, do movimento das ondas, do movimento das copas das árvores ao sabor dos ventos. Ali sim está Deus e toda força que precisamos para ressucitar o amor que temos pela vida.
Gente muito interessante no twitter com quem você pode trocar altas idéias sobre isto que escrevi:
@Renata_psi @EduardoCBraga @emersonnatal @quimbanda @alan_tk @tatavanda @lucasdesousa07 @_monstro @rogersoares @lucianalenoir @lucianonunez @emersonnatal @luzesesonhos
O site da Igreja Ateísta, do @monstro, que satiriza nossas crenças mas alertando contra a hipocrisia:
http://igrejaateista.tumblr.com/
Adoro ler seus textos e admiro a fé que você tem. Não é facil ter fé. Acho que ela é até um dom, porque nem todos tem. Espero que Voce continue enviando energias positivas atraves de seus textos aqui no blog e la no Twitter. Muito obrigado por citar meu nome, me sinto honrado, parabéns.
ResponderExcluirO desejo é implacável como o destino, pode até sair de cena em algum momento mais sossegado da existência, mas certamente voltará a exigir atenção depois. Desejos podem conduzir bem seus passos ou o contrário também, desejar felicidade para os amigos é simplismente o melhor bem, o ser humano tem esse dom, falar de religião deveria ser, obrigação não enganação, seja qual for a religião que você siga,respeite sempre, A Bíblia diz, "Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu Único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna". O problema é que.
ResponderExcluirTodos nós fazemos, dizemos ou pensamos coisas que são erradas. Isto é chamado de pecado, e nossos pecados nos separam de Deus. obrigado querida amiga, como sempre lindo texto,beijos emersonnatal.
Como sempre seus textos são maravilhosos, você tem o dom de escrever com simplicidade e muita verdade. Essa é a verdadeira fé, a força que nos move a falra e agir com amor, compreensão e sobretudo respeito pelas diferenças. Frequento o kardecismo há 20 anos mas sempre me posiciono como uma eterna aprendiz, tanto da doutrina que escolhi seguir como de todas as outras, porque em todo lugar tem algo pra ser aprendido. Nada, nem ninguém é totalmente bom ou totalmente mal, estamos todos aqui tentando aprender e creser como espíritos em evoluçao que somos, portanto cabe a cada um de nós saber retirar de qualquer situaçao uma lição. Obrigada por ter citado o meu nome entre essas pessoas tão iluminadas, ganhei um lindo presente hoje. Que os espíritos da luz continuem inspirando sua vida e seus textos, sempre e pra sempre.Bjs
ResponderExcluirA Verdadeira Vida lá fora
ResponderExcluirpor Ronald Sanson Stresser Junior
Rio de Janeiro, 9 de junho de 2010
Nas grandes cidades as pessoas experimentam o mundo virtual, antes mesmo do advento da internet. O consumismo afasta da realidade da vida e transforma grupos de pessoas em massa de manobra e gado nos currais de consumo. Em religiões dominadoras e terroristas acontece o mesmo... por isso rebanho e corrente são termos que não gosto.
Se você faz parte de um rebanho está fadado ao abate, de uma corrente será sempre um elo preso a outros. Não existe leveza em estar atado por grilhões, ou retido dentro das cercas de um curral.
Esta fragmentação de identidade, e cerceamento de liberdade, promovido por cultos massificantes, e sociedade de consumo, assusta. As pessoas devem viver suas vidas livres, libertas da necessidade virtual de ter uma roupa de grife, um carrão importado ou um bem imóvel, imenso mas improdutivo.
A verdadeira vida esta lá fora, fora dos grandes centros urbanos e fora das religiões que ameaçam seus seguidores com punições do além, caso se desgarrem da mesma. A vida está também dentro de cada ser, e para ser plena deve ser aproveitada em benefício desta mesma centelha divina que habita nosso interior.
Nas provas de gineteada da vida, devemos laçar sabedoria, agregar conteúdo, fortalecer a identidade própria a cada tribo e a cada indivíduo em particular. Se quando deixamos uma cidade levamos um caminhão de mudança, da vida levamos tudo aquilo que foi impresso em nossas almas. O conhecimento chama a verdade, instrumento da transparência, cristalina e libertadora.
Certamente o que agrega valor ao nosso espírito não tem grife, marca ou religião terrena, pois é a própria e verdadeira religião, nosso caminho de volta ao Criador. O imaterial, que está contido em nosso ser, pertence a Deus, ao Universo. Se a matéria nada mais é que poeira estelar, o sentimento puro é a energia compartilhada, gerada por toda esta mecânica celeste.
Curiosa é a ferramenta que esta promovendo esta mudança de consciência na humanidade. Apolítica e livre de dogmas religiosos, a internet conecta as pessoas sem prendê-las ou cativá-las. E só desligar o computador e dar uma volta lá fora. O melhor exemplo está nas nações indígenas, ainda não afetadas pela sociedade ‘desenvolvida’; povos realmente livres, que precisam ser respeitados, mantidos e admirados, pois são a referência ideal do que é a verdadeira vida lá fora.
“A verdade é uma só, não existe segunda” ~Buda
Axé!
Este pensamento foi inspirado na postagem ‘Paraíso Pessoal’, de Andréa Destefani, disponível em: http://coisasdecasados.blogspot.com/2010/06/paraiso-pessoal.html – acessado 9 de junho de 2010 as 13h00.
Disponivel em: http://floresemcasa.blogspot.com e http://www.scribd.com/Ronald-Sanson-Stresser-Jr
Evolução, desenvolvimento e progresso são algumas das palavras que precisamos revaliar urgentemente em nosso vocabulário.
ResponderExcluirO pensamento religioso ou espiritual é tratado pela ciência como sinônimo de primitivismo e consciência mítica. Mas a mesma ciência e tecnologia do progresso constróem paradoxos como a pobreza e a morte por AIDS aos milhões indefesos na África.
É tanto progresso que mapeamos o genoma humano, mas não sabemos sequer o nome do nosso vizinho e nossas crianças já não podem brincar juntas.
Precisamos rever o sentido dessas palavras que falam de evolução e, com um pouco mais de fé, acertar nossos rumos.
Não é ir contra a ciência e a favor da religião, mas saber que ambas são construções humanas para entender uma realidade que ultrapassa todos nós.
Beijos para Andréa Destefani e seus leitores.
@rogersoares
mais uma vez mocinha suas letrinhas me remetem às letrinhas do meu MALUCO BELEZA...."...O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO..."
ResponderExcluirE EU AS ENTENDO ASSIM: o reino DELE esta na alma de cada um , e se expressando de diversas maneiras ,qdo achamos o REINO dentro de nós...conseguimos reconhece-lo em qualquer outro endereço....SIMPLES ASSIM...
OBRIGADÍSSIMA ...por mais esta lição \o/
ADORO ser sua aluna ....bjoka de amor....muuuuah!
Uauu!!!!
ResponderExcluirAmiga do céu, que texto lindo!!!!
Arrepiei... rsrs
Você é esplêndida, e tem que aceitar isso, e os elogios que são a mais pura verdade!
Olha, o dia de comermos bolos juntas e ainda trocarmos receitas está chegando!
Iuhuuuu (minha mãe está doidinha para acontecer logo, imagina né?!)
"Então nos voltemos pra razão da natureza, do movimento das ondas, do movimento das copas das árvores ao sabor dos ventos. Ali sim está Deus e toda força que precisamos para ressucitar o amor que temos pela vida."
É isso, sem tirar nem por!
Beijos mil em você e nos lindinhos!!!
Tudo tem seu propósito. O ser humano aprenderá com seus prórpios erros. Suas criações inúteis o fará pensar melhor na vida, daqui há muitos anos, espero eu. É entendendo o próprio espírito para que a verdade de Deus seja enxergada como deve ser.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirAchei muito interessante o seu texto! Eu costumo dizer que sou quase ATEU... Essa definição que carrego comigo se deve ao fato de não ter escolhido nenhuma Religião e até mesmo não ter nenhuma grande crença! Porém ACREDITO DEMAIS na força da FÉ!
Quando citado na Bíblia: "A FÉ MOVE MONTANHAS", essas "MONTANHAS" seriam cada um de nós... A FÉ move o HOMEM e o MUNDO, e a Religião tem (ou pelo menos deveria ter) esse papel, de "RELIGAR" o HOMEM a sua FÉ e a sua ESSÊNCIA.
Parabéns pelo texto,
Macaco Ácido!
Inicialmente, ressalto que orgulho-me sobremaneira pela referência, e agradeço a gentileza peculiar .
ResponderExcluirMais uma vez, farei minhas colocações...
Recorro-me à Sociologia Tradicional, a grosso modo, para salientar que a “religiosidade”, a “fé”, assim como a família e a educação, pode ser entendida como um dos pilares que possibilitam a manutenção da estrutura da sociedade. Se recorrermos à História, desde as civilizações da Antiguidade até as mais complexas do mundo pós-moderno e contemporâneo, perceberemos a relevância de tal componente sociocultural, uma vez que as mesmas alicerçam-se, basicamente, em torno de algum – ou vários - elemento simbólico que determina um conjunto de regras e condutas do viver coletivo, que muitas vezes transcende a espiritualidade.
Concordo que a modernidade, de fato, “nos deixou fracos, em vários sentidos.”. No entanto, esta fragilidade tem raízes mais profundas, entranhadas desde a Idade Média. A colonização europeia, fundamentada pelo desejo desenfreado de acumulação e apropriação diante da sua “superioridade forjada”, massacrou e execrou populações nativas com a imposição seus hábitos, exaltação de valores materiais e até mesmo com a introdução de epidemias totalmente desconhecidas até então em terras tropicais...
Hoje, estamos inseridos uma grande “aldeia global”. De acordo com Octávio Ianni, “... o imaginário de indivíduos e coletividades, em todo o mundo, passa a ser influenciado, muitas vezes decisivamente, pela mídia mundial, uma espécie de ‘príncipe eletrônico’, do qual nem Maquiavel nem Gramsci suspeitaram.” Em contrapartida, apesar da continuidade, da reprodução maciça de “identidades concebidas”, é possível encontrar focos de resistência como você vivencia...
Dialeticamente, há um leque de contrastes promovido por processos de conectividade que gera e reestrutura padrões culturais, que estimula, felizmente, uma forte tendência em direção à articulação entre o “global” e o “local”. Desse modo, percebe-se uma homogeneização global de identidades e, simultaneamente, um fascínio pelo marketing da etnicidade em função da excessiva exploração da diferenciação local.
Enfim, não há como isolar-se completamente desse processo que herdamos, que fomos inseridos forçosa e violentamente. Mas não somos obrigados a concordar ou compactuar com ele. A consciência crítica deve sempre prevalecer sempre, deve ser a grande mediadora das nossas atitudes e valores. Nesse momento, resta-nos apenas “bom senso”, discernimento para “equilibrar” nossos anseios arraigados e construídos de forma paulatina desde o processo de acumulação desencadeado pelo mercantilismo, com a busca da nossa “essência”, das nossas superiores e reais condições de existência...
É isso aí!!!
Salve minha irmã!!! É bem por aí... e juntas vamos lutando contra o preconceito com nossa amada religião.
ResponderExcluirhttp://luzesesonhos.blogspot.com/