quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Pingos nos Is....

Estamos vivendo um caos mental no mundo. Antes de ser uma frase fatídica e carregada de dramaticidade , é um fato. Temos que repensar o que falamos porque fatalmente estaremos indo contra alguma vertente. Medindo palavras, pesando emoções, qualificando pensamentos e tudo isto sem embasamento nenhum - já que ninguém lê mais nada e tudo é medido conforme as tendencias das mídias internetianas.
A Umbanda deve ser vivida, sentida, percebida. Sinceramente não sei como uma pessoa pode fazer um curso online e se achar apta a "dar pitaco' na religião , sem a devida vivência. Umbanda é para ser saboreada in loco .
Temos hoje uma enorme vertente de visões sobre a religião e várias formas de realizar o ritual. Nenhuma está errada, contudo há um ponto em comum entre todas estas formas: a disciplina. Há um movimento pseudo-libertário que diz: sejamos livres na religião. O que significa realmente isto? Não cumprir com suas funções em um terreiro? Não entender como funciona a manipulação de energias?
Já vi médium passando mal e pai de santo dizendo pra acender vela pro anjo da guarda simplesmente. Nada de mexer com elementos da natureza, nada de nada.
Ok, ok vão dizer : Andréa você está sendo muito chata. E estou mesmo. Estes dias uma pessoa que não é da religião me procurou falando que seus vizinhos desenharam pontos em frente a casa e despacharam elementos ali mesmo. Sem disciplina, sem conhecimento e sem instrução adequada médiuns viram neuróticos, adeptos à conspiraneuras (palavra que adotei depois de ouvir um jornalista brilhantemente falando do presidente da Venezuela).
Gente, caridade em Umbanda é também disciplina para aprender. E isso também requer esforço. Tenho uma profunda tristeza ao perceber médiuns que acham que suas entidades são ascensionadas e por consequência eles também. Iluminação exige suor, lágrimas e trabalho, muito trabalho. Está mais próximo da iluminação aquele médium que se dispõe a passar pano no chão do terreiro do que aquele que faz tratados sobre entidades na internet, desculpa se magoo alguém com isto, mas é um fato.
Muitos por aí falam que agem com caridade e não cobram nada. Podem não cobrar em dinheiro, mas ao colocar palavras na boca da entidade em benefício próprio, para que o próximo faça o que se quer , é um tipo de cobrança também. Usar entidade pra melhorar seu relacionamento é uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento.
A caridade também está implícita nos "julgamentos". Ao invés de olhar seu irmão de corrente como um ser em evolução como você mesmo,você o toma como muito melhor ou pior, assim como o julgamentos da evolução das entidades. Quem somos nós para dizer que esta ou aquela entidade é melhor ou pior? Se alguém puder afirmar com certeza absoluta que seu caboclo é realmente um índio, que seu erê é realmente uma criança e que seu preto velho é realmente preto ou velho, vejo aí uma evolução enorme. Eu mesma não sei afirmar com 100% de certeza, o que me interessa é que , ao procurar um terreiro, aquele indivíduo tenha a cura almejada. Nada além disto. 
Tantas facilidades na vida tornaram as pessoas ociosas e sem reação. Umbanda é religião de combate, onde há necessidade de observação, atenção e ação. Não entendeu o que está acontecendo na gira? Pergunte!Ao perguntar você aprende e o médium que está incorporado aprende.Ao se interessar por algo que não seja a conversa da entidade do dirigente com um dos irmãos de corrente, com a incorporação do irmão de corrente ou com que o outro faz você evolui. Com o sincero desejo de aumentar seu conhecimento na gira que frequenta certamente a vida espiritual lhe sorrirá. Saravá a todos!